quarta-feira, fevereiro 17, 2010

Healthy Mind, Healhty You.

Uma das grandes ironias dessa vida é o fato de que sua mente pode ser, ao mesmo tempo, sua melhor amiga e sua pior inimiga. Ela insiste em te dar ordens, como por exemplo, "vire à esquerda", e quando você obedece, ela parece dizer "você devia ter virado à direita, direita era melhor!". Vi um texto de Maharaji que diz que a sua mente é capaz de usar as melhores virtudes como desculpa para criar os piores vícios. 

Numa situação de pressão, a sua mente não vai te ajudar a solucionar o problema baseando-se no que é melhor para você. Ela vai procurar essa solução baseando-se nas idéias de o que é moralmente mais correto ou socialmente mais aceitável. Essa mesma mente vai querer também levar em consideração um pouco de orgulho e até mesmo ideais de vingança. 

E é por isso que, segundo Maharaji, você deve sempre deixar-se guiar pelo seu coração. Coração, não impulsos. Um impulso nada mais é que sua mente disfarçando-se de emoção. Todo mundo precisa do equilíbrio entre razão e emoção, mas, pelo menos uma vez ao dia, deixe sua mente um pouco de lado e ao invés de se perguntar "Eu devo ir para a esquerda ou para direita?", pergunte-se: "Para onde eu quero ir?". Pelo menos uma vez ao dia treine sua mente para obedecer seu coração.

quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Para Minha Irmã.

Bem, quando você nasceu eu tinha quatro anos e um mês. O ano mal tinha começado e as coisas já tavam ficando muito diferentes. Claro que eu fiquei com ciúmes quando você chegou. Eu era a filha única, o tesourinho do papai, a jóia da mamãe, e eu estava acostumada a receber muita atenção. E sabe, você nem parecia minha irmã.. eu era morena e magrinha, e você era loira de olhos claros e rechonchuda. Eu costumava te beliscar nos primeiros meses, e quando você começava a chorar, eu saía correndo. Adorava isso, porque nesses momentos mamãe e papai sempre diziam que você era muito barulhenta, enquanto eu nunca dei trabalho algum. Eu lembro que logo mais você batia sua cabeça na parede sempre que o papai brigava por você querer colocar o dedo na tomada. E eu ria. Eu me divertia. Você não parava quieta, não deixava trocarem sua fralda, jogava a papinha no chão, deixava todo mundo louco. Você virou o xodó de todos e mesmo assim não dava bola pra ninguem, tava sempre mau humorada e recebendo cada vez mais atenção. O padrinho te chamava de boneca, o MEU padrinho, que você tomou como seu. E, mesmo que seus cabelos tenham escurecido com o tempo, todo mundo sempre se referia a você como a jóia loirinha.

Você é a caçula da família, e sempre teve todas as regalias que só os caçulas têm, enquanto eu fiquei com todas as responsabilidades de irmã mais velha. Eu confesso que não cuidava tanto de você, só mesmo quando mandavam. Se pudesse te deixava por aí, te perderia pra você parar de enxer meu saco. Quando o papai e a mamae viajavam, a vovó cuidava da gente, e eu ficava com ciume porque ela sempre cortava frutinhas pra você comer. E você era egoista! Ah, era sim. Talvez até eu fosse também, mas você conseguia me superar nisso. Então houve aquele dia em que eu quebrei seu dedo, e eu quase morri! Quase morri porque era você, porque você era pequena, delicada, era minha irmã caçula, porque você era minha e eu tinha te machucado. Passei muito tempo sem te tratar mal ou gritar contigo. Mas, inevitável como em qualquer outra família, as briguinhas recomeçaram. Você ainda era pequena, tudo bem. Brigavamos feio as vezes. E aí a separação dos nossos pais nos aproximou, e muito. E não só porque nós dividimos a tristeza de ver nosso pai morando em outra casa, mas porque havia a necessidade de cumplicidade entre a gente nos momentos complicados. 


E eu passei a querer cuidar mais de você, a querer contar com você pras coisas, passei a depender de você muitas vezes pra amenizar muitas das minhas dores. Eu passei a confiar em você, passamos a ter nossos proprios esquemas, a tentar controlar as situações que nos cercavam e nunca dedurar as coisas erradas que fazíamos. Nós passamos por todo o período de instabilidade emocional juntas, mesmo que não exatamente perto uma da outra ou com palavras de consolo. A sua simples presença já me tranquilizava, e ainda tranquiliza quando a gente passa por um ou outro drama familiar. E então essa fase tem passado, e o nosso cotidiano passou a ser mais e mais alegre, e você agora consegue me fazer rir facilmente. Nós não somos iguais, não temos ainda gostos iguais - no futuro talvez. Você é calmaria (apesar de ter nascido no carnaval), tem personalidade forte, obedece muito a mamãe, não tem papas na língua e bate o pé pelo que quer, enquanto eu sou a traquina medrosa. Não é difícil perceber que você ta crescendo mais e mais e deixando de ser a menininha mimada que um dia foi. E você as vezes parece não aceitar isso, o que não deixa de ser normal, mas eu não me conformo. Gosto de te introduzir nas mudanças das novas fases da sua vida, gosto de sair com você e te ajudar a escolher roupas menos infantis, gosto de te levar pra fazer a unha e a sobrancelha. 

Você tem um lado ímpar, e mesmo ainda sendo nova, eu consigo te imaginar mais velha. Consigo imaginar o quanto você vai ser marcante quando crescer. Hoje ainda brigamos - pela TV do home, por opnioes diferentes, por puro stress, e por eu querer mandar nas suas decisões.. mas posso dizer que agora você é mais minha companheira do que a pedra no meu sapato que pareceu ser quando nasceu. Um dia vamos sair juntas, e voce ainda vai querer que eu te ajude nos seus esquemas quando for mais velha. Você vai crescer e eu espero poder acompanhar cada fase da sua vida. Você é um pedacinho importante na minha, e eu agradeço a Deus por ter te mandado pra mim.