quarta-feira, março 19, 2014

Flores e Arroz

Muita gente me pergunta por que eu viajo para o outro lado do mundo para fazer trabalho voluntário ao invés de fazer na minha própria cidade. 

Respondo de duas formas: em primeiro lugar, a segurança que eu tenho aqui no Nepal é infinitamente maior do que eu teria na minha cidade. O único risco que eu corro é atravessando as ruas. Em segundo lugar, é óbvio minhas viagens não tem um propósito 100% altruísta. Eu escolhi vir para cá, assim como escolhi ir para a África no ano passado, para unir duas coisas que eu amo: conhecer um novo país, e entender de perto o cotidiano de outra sociedade. Como turistas, raramente mergulhamos profundamente na cultura do local de destino. Mas trabalhando, a gente passa a ter outra experiência, conhece muitas pessoas e passa a viver um pouquinho mais como eles vivem. 

Todo ser humano tem curiosidade sobre o funcionamento de algo. Alguns querem entender a ciência e o corpo humano, outros desvendam os números e o funcionamento do universo. Tem aqueles que adoram aprender sobre animais e a natureza. Já a minha paixão é explorar o funcionamento do mundo e das pessoas que moram nele.

Respeitar as opções dos outros é uma das maiores virtudes do ser humano. As pessoas são diferentes, agem e pensam de formas diferentes. Mesmo que você não compreenda, tem que aprender a não julgar.

Uma antiga história conta que homem estava colocando flores no túmulo de um parente, quando viu um velho chinês colocando um prato de arroz na lápide ao lado. Ele vira-se para o chinês e pergunta:
- Desculpe, mas o senhor acha mesmo que o defunto virá comer o arroz? 
E o chinês respondeu:
- Sim, quando o seu vier cheirar as flores.