segunda-feira, abril 07, 2014

Welcome to St. Tropez!

Meus dias aqui tem sido de uma rotina deliciosa. Vou para a aula, almoço uma salada gigante num restaurante vegetariano sensacional perto da escola (sim, mãe, eu como salada aqui!), e arranjo algo para fazer a tarde, tipo terminar meu dever de casa na praia, correr no calçadão ou andar pela cidade com um amigo meu de Manaus que por coincidência veio para Nice no mesmo dia que eu e já me apresentou várias pessoas legais que ele conheceu aqui. 

O clima aqui está bem gostoso, cheguei bem na época em que o frio tem dado lugar ao calorzinho leve da primavera. Já estive na França nas quatro estações, e com certeza essa foi a melhor, até por ser baixa estação - dizem que em julho a cidade fica lotada!

Quando pergunto o por que de terem escolhido vir estudar francês, a maioria das pessoas tem a mesma resposta: é importante para seus empregos. Então fico um pouco sem graça quando falo que minha única razão para vir é simplesmente porque quero aprender a falar. Isso me lembra que no Nepal ninguém sabia responder por que diabos tinha escolhido ir para lá... "Ah sei lá cara, vim na doida mesmo" era sempre a resposta mais comum.

Nessa minha primeira semana, fui comprar algumas roupinhas mais de acordo com o lugar - as francesas realmente estão sempre arrumadas, de uma forma bem "vesti-qualquer-coisa-que-vi-no-guarda-roupa-quando-acordei-e-mesmo-assim-estou-aqui-fabulosa". E eu estava tão acostumada a vestir calça de algodão e uma blusa qualquer lá em Kathmandu, aiai. 

Bom, neste sábado fui para Saint-Tropez numa excursão da minha escola com um amigo alemão que fiz aqui, o Paul! Leva mais ou menos três horas de ônibus para chegar lá, mas a gente foi o caminho todo conversando sobre Sex and The City e nossos outros seriados favoritos, e isso fez o tempo voar. St-Tropez me lembrou muito de Veneza. É uma cidadezinha de pouco mais de cinco mil habitantes - cuja maioria são proprietários de lindos e grandes barcos e lanchas ancorados no porto central da cidade. Todo mundo já ouviu falar do quanto a cidade é carérrima, né? Mas dá para aproveitar a cidade sem gastar absurdos no passeio. Chegamos bem na hora do almoço, e nosso guia nos levou numa padaria em uma das ruelas de St Tropez chamada "La Tarte Tropezienne" - íamos comprar nosso almoço lá para comer na orla, de frente para o mar. A primeira coisa que ele falou foi que nós deveríamos comprar junto com o almoço uma fatia da torna tradicional de St. Tropez. Fiz esse esforço, né? Hihi.

E ai-meu-pai-eterno, como essa torta é sensacional! Quem for a St. Tropez não pode deixar de provar. E como diria Liz Gilbert, se você não comer, minta para mim e diga que provou! A receita dessa torta tem mais de 70 anos, e foi criada por Alexandre Micka, dono de uma confeitaria na cidade. É tipo um bolo de baunilha recheado com um creme leve e docinho. Fizemos um city walk depois do nosso picnic, e fomos descansar um pouco na praia antes de voltar para Nice - com direito a uma parada para degustação do vinho rosê típico da região.

Acho que depois de fazer trabalho voluntário, é direito cósmico dar uma voltinha pela costa sul da França, né? Para equilibrar o karma, sei lá. Hihi!

Ah, encontrei a receita da famosa torta neste site: http://alquimiadacozinha.blogspot.fr/2011/11/tarte-tropezienne-historia-sabor-e.html