sábado, março 15, 2014

Minha Chegada

Assim que você sai do avião no aeroporto de Katmandu, já dá de cara com uma estátua de boas vindas de um Budha dourado. É um aeroporto pequeno, mas arrumadinho. Simples... (E, oh não! sem wi-fi!).

O visto você tira lá. 25 dólares americanos para um período de 15 dias. A fila é grande, mas o atendimento até que é rapidinho. E aí, pronto, cheguei no Nepal!

...

A primeira sensação que tive foi a de que ia sair correndo de volta pro aeroporto e pegar o primeiro voo de volta pro Brasil. Primeiro porque perderam minha mala. Segundo porque eu nunca tinha pego um choque cultural nas minhas outras viagens. Gente, aqui é outra coisa... Coisa que nem filme explica. De primeira, você se sente no meio de um caos. Mas depois entende que é um caos organizado. O transito é louco! Consegue ser pior que o de Manaus hehe. Mas mesmo em meio a confusão, nota-se que há um respeito, uma regra de conduta. Os pedestres atravessam tranquilamente em meio aos carros buzinando. Aliás, os carros são bem pequenininhos. A cidade é ABSURDAMENTE SEGURA. Você pode andar a vontade.

Inclusive, viemos andando pra casa e não tem luz nenhuma na ruela inteira. Há uma certa inocência nas pessoas daqui. Todas se cumprimentam com um "namastê" sorridente, e te ajudam se você precisar de direções. Um dos voluntários tava me contando que uma garota esqueceu a carteira em uma lojinha de rua, e o cara guardou pra ela, sem mexer em nada. Outra esqueceu o colar de ouro numa barraca de bijuterias, e a vendedora também guardou até que a menina voltasse. Essa segurança é perceptível quando se chega aqui.

Mas algumas coisas são difíceis de aceitar de primeira. Por exemplo: a luz vai embora duas vezes ao dia. E nem toda água é confiável para beber.
Notei que a cidade tem um cheiro próprio, nem bom nem ruim. Um cheiro diferente. É cheia de poeira e lixo nas ruas, cenário que só fica mais intenso quando você se depara com vacas e galinhas passeando normalmente. E a criançada corre de um lado pro outro na vizinhança em que fica a residência dos voluntários do Idex. É uma casa enorme, de três andares, com vários quartos e uma sala conjunta. Toda bonitinha. Os quartos super confortáveis. E os voluntários super simpáticos a acolhedores. Encontrei gente do Brasil (claro né, nós brasileiros estamos em todo canto!), Alemanha, Espanha, México, Áustria e Cingapura. Somos 15 no total. Alguns vão embora amanhã e outros chegam. Eu sou do grupo que começa nessa segunda.

 Quem já fez intercâmbio sabe como funciona: o programa começa toda segunda para um grupo  novo de pessoas, e toda sexta tem despedida de alguns. Fui a primeira do meu grupo a chegar aqui, acho que vem mais alguns brasileiros.

Quando cheguei, recebi um calendário das minhas atividades. Nos primeiros dias, não tem trabalho. É uma agenda bem cultural, com passeios educacionais sobre o Nepal, Yoga, e outras atividades. Cheguei certinho no dia anterior a um festival daqui chamado "Festa das Cores". As pessoas passam o dia jogando balões de água colorida uns nos outros, e a cidade fica cheia de concertos hindus. Parece bem legal.

Mal cheguei na residência e já saí com os outros voluntários para jantar no centro da cidade. Minha roomate é uma mexicana chamada Fernanda, super engraçada. Fomos todos em um restaurante local chamado New Orleans, com uma comida muito gostosa. Ah, não tem fast food em Kathmandu. Tinha uma Pizza Hut e um KFC, mas ambos fecharam.O jeito é comer o que a cidade tem a oferecer!

Confesso que ainda tô me sentindo um tantinho perdida aqui, e o friozinho na barriga persiste. Mas sabe a sensação de estar exatamente onde você deveria estar? Pois é...